sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Princípio de Karenina


Afonso Cruz tem vindo a implantar-se no meio literário Português (e não só) como um dos nomes maiores da atualidade. O Princípio de Karenina traz-nos novamente um romance delicado e poético, onde o protagonista é um homem profundamente marcado pela sua infância e por um pai que vivia em clausura e que lhe incutiu o medo do mundo.
Num cenário de vida comezinha, restrita e restringida a um espaço muito limitado, surge o estranho e o exotismo por meio de uma empregada. Esta chegada de luz e ar puro irá transformar a sua vida e a sua visão do mundo.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Histórias de Livros Perdidos


Pequeno mas interessante livro onde o autor, Giorgio Van Straten, nos relata várias histórias de livros que desapareceram sem deixar rasto. Sendo as suas origens muito diversas (de Nikolai Gogol a Walter Benjamin passando por Sylvia Plath, entre muitos outros), vamos seguindo as pistas que nos foram deixadas um pouco por todo o mundo.
Um livro sobre livros, sobre escritores, sobre a importância da nossa imaginação na leitura e na idealização dos livros.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Aquilo que Encontrei na Praia


Cynan Jones já é um dos meus autores Ingleses favoritos da atualidade. Depois da leitura de A Cova e A Baía tinha de ler  Aquilo que Encontrei na Praia.
Novamente uma história simples:  homens em busca de respostas para as suas vidas e muito suspense fazem deste romance uma leitura obrigatória.
O mar sempre presente - o protagonista é pescador e também os outros personagens têm ligações ao mar, é meio de subsistência mas também veículo de morte. 
A tensão está presente da primeira à última frase e o fim não desilude. O autor consegue, mais uma vez, trazer-nos um grande romance em que cada palavra conta.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Passagem para o Ocidente


O tema não podia ser mais atual: refugiados. Mohsin Hamid descreve um país muçulmano, supostamente do médio oriente, que entra em guerra civil o que provoca uma debandada dos seus cidadãos. Será o caso de Nadia e Saeed, dois jovens oriundos da classe média, com vidas confortáveis, que se apaixonam mas se vêm forçados a partir. A única possibilidade de fuga deste inferno em busca de uma nova vida faz-se através de "portas" que são difíceis de encontrar e que comportam muitos riscos. Nesta fase do romance a dureza da realidade é, de certa forma, suavizada pela "fantasia" com que o autor nos relata estas fugas e as subsequentes passagens por campos de refugiados. 
A erosão provocada nas pessoas e nas suas relações por estas deslocações, pela dureza das condições de vida, pela luta pela sua aceitação nos locais onde vão parar, irá afetar os nossos protagonistas tanto a nível da sua relação como na forma como cada um deles vai sentir-se relativamente ao seu país ou à religião.
Foi o segundo romance que li deste autor e que confirma a excelência da sua escrita.
Uma abordagem diferente mas excelente a um tema difícil e delicado.