sábado, 5 de dezembro de 2015

Nada de Lágrimas


Pela segunda vez este ano veio parar-me às mãos um livro sobre a guerra civil espanhola.
Assunto sobre o qual já muito se escreveu mas que, na minha ótica, continua a ter muito interesse até porque se percebe que ainda há muitas feridas abertas na sociedade espanhola em consequência desta.
A narradora, cidadã francesa cujos pais são espanhóis, decide transmitir-nos a história da sua mãe que, agora que está senil, insiste em falar do verão da sua vida, o de 1936, em que tinha 15 anos e as lutas entre facções estavam ao rubro. Em alternância temos a visão do escritor Georges Bernanos, que viveu o drama de forma intensa e o testemunhou através do seu livro Les Grands Cimetières sous la Lune.
As divisões familiares provocadas por posições políticas diferentes, a desilusão da perda da esperança, a travessia do deserto franquista, a posição da igreja católica são alguns dos aspetos aqui focados.
Uma escrita fluída e despretensiosa que valeu à autora Lydie Salvayre o Prémio Goncourt 2014.

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