2021

Com a aproximação do final do ano são inúmeras as listas dos "melhores do ano" que podemos ver um pouco por todo o lado à nossa volta. Também são várias as àreas abrangidas por estes TOPs, desde a cultura à gastronomia, passando por viagens, vinhos, etc.

Vamos revelar aqui quais as nossas leituras favoritas ao longo de 2021. Esta é, como todos os leitores saberão, uma escolha sempre difícil e muito pessoal. No entanto consideramos que poderá ser interessante para quem, na imensidão de oferta disponível no mercado, procure alguma orientação.

Assim, e sem qualquer ordem, as nossas leituras favoritas foram:

Não ficção

O infinito num junco de Irene Vallejo - Bertrand

O século da solidão de Noreena Hertz - Temas e Debates

Apeirogon de Colum McCann - Porto Editora

Mulheres invisíveis de Caroline Criado Perez - Relógio D'água

Ficção

A Cadela de Pilar Quintana - Dom Quixote

Shuggie Bain de Douglas Stuart - Alfaguara (Prémio Booker 2020)

O homem do casaco vermelho de Julian Barnes - Quetzal

De noite todo o sangue é negro de David Diop - Relógio D'Água (Prémio Booker internacional 2021)

Verão de ali Smith - Elsinore

Hamnet de Maggie O'Farrell - Relógio D'Água (Women's Prize for Fiction 2020)

Fome

 

Por estes dias são muitas as novidades que vamos recebendo. Todas as áreas estão contempladas, permitindo um leque bem diversificado de escolhas, sejam quais forem as vossas preferências.

Hoje deixamos como sugestão Fome de Knut Hamsun-Prémio Nobel da Literatura, e Martin Ernstsen, editado pela Cavalo de Ferro, que já tinha publicado, há alguns anos, o romance que lhe deu origem.

Este belo livro na sua adaptação para novela gráfica, foi vencedor do prémio Brague em 2019 e chegou por fim a Portugal. Uma sugestão que, pelo formato apresentado, é recomendada para leitores adolescentes ou adultos.

O Século da Solidão

    

Nem só de ficção é feito o mundo editorial e há sempre uma escolha diversificada de temas sobre os quais podemos ler. Hoje trazemos o livro de Noreena Hertz, economista, professora e comunicadora inglesa, que é considerada uma das principais pensadoras da atualidade.

    Neste que é já considerado por muitos o século da solidão, quais são as implicações sociais, económicas e políticas (entre outras) desta nova forma de nos (não) relacionarmos?

    Os problemas da solidão sentem-se em várias áreas: a saúde, ou sua ausência; os relacionamentos mais próximos ou ainda a política. Estarão as nossas vidas, cada vez mais solitárias e exclusivas, a conduzir-nos para políticas extremistas e para uma cada vez maior solidão seja por medo do outro ou por preguiça em interagir com ele? De que modo estão as nossas cidades a acelerar o ritmo de isolamento? Qual o papel dos écrãs e do teletrabalho nestas novas dinâmicas?

    Estas são algumas das muitas questões que a autora aborda numa linguagem acessível, o que faz deste livro, e apesar do tema abordado, um livro de leitura compulsiva, que nos interpela e convoca a refletir sobre a nossa postura como indivíduos na sociedade atual.

Apeirogon

 

Regressamos, após uma longa ausência, com um livro fantástico: Apeirogon de Colum McCann.

Um israelita e um palestiniano com um ponto em comum: ambos perderam uma filha. Uma foi morta num atentado bombista, a outra por uma bala de borracha militar. Como ultrapassar uma tragédia destas? Como pode este drama ser ponto de partida para uma mudança de vida drástica para estes dois homens e  transformá-los em parceiros e amigos? 

Em Apeirogon- nome de forma geométrica com um número infinito de lados, Colum McCann escreve sobre a História e histórias do mundo inteiro em alternância com as histórias de vida de Rammi e Bassam. São 1001 pequenos capítulos, em alusão às 1001 noites, que nos transportam no tempo e no espaço e nos interpelam por meio de uma escrita forte mas cheia de ternura.

Este romance volumoso mas de leitura compulsiva é uma apologia do diálogo e da partilha para um entendimento Israelo-palestiniano mas também para a Humanidade.

Leituras de 2020

 

O ano que agora terminou foi bastante produtivo em termos de leituras. Para além de ter atingido um número que considero bastante bom - 58 livros lidos, ainda tive o privilégio de ler livros de muita qualidade. Assim, a escolha das minhas leituras favoritas de 2020 foi mais um momento de grande dificuldade. No entanto, e como faço sempre questão de fazer esta seleção e de partilhá-la convosco, pus mãos à obra e após algumas decisões difíceis aqui fica ela (a ordem é meramente cronológica):

Cuidar dos vivos - Maylis de Kerangal - Teodolito

Na floresta - Edna O'Brien - Cavalo de Ferro

O coração de Inglaterra - Jonathan Coe - Porto Editora

Milkman - Anna Burns - Porto Editora

Rua de Paris em dia de chuva - Isabel Rio Novo - Dom Quixote

Nada a temer - Julian Barnes - Quetzal

Corpos Celestes - Jokha Alharthi - Relógio d'Água

Rapariga, mulher, outra - Bernardine Evaristo - Elsinore

Os rapazes de Nickel - Colson Whitehead - Alfaguara

Pequenas cadeiras vermelhas - Edna O'Brien - Cavalo de Ferro